21°C
Erechim,RS
Previsão completa
0°C
Erechim,RS
Previsão completa

Leia a edição impressa 3t273c

Publicidade 6s594i

Opinião 572567

Covid-19 e a obrigação de navegar para o futuro 152k19

teste
Alcides Mandelli Stumpf
Por Alcides Mandelli Stumpf
Foto Rodrigo Finardi

O historiador francês, Jacques Le Goff (1924-2014), sustenta que usamos o recorte da história para indicarmos um estado de evolução das sociedades, expressando a ‘ideia de agem, de ponto de viragem’.

Primeiro, tivemos a Idade Antiga ou Antiguidade - período que se estende da invenção da escrita pelos sumérios (de 4.000 a.C. a 3.500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.).

Em seguida, veio a Idade Média, que durou quase mil anos até ser sobrepujada pelo Renascimento, em meados do século 14 - quando as artes, a cultura e o humanismo prevaleceram decisivamente, tendo como berço a Itália, principalmente Florença.

A partir de 1453, a conquista de Constantinopla pelos otomanos trouxe a Idade Moderna, que teve como motor principal, ao meu modesto entender a invenção da prensa com caracteres móveis, por Johann Gutenberg em meados de 1430, e seguiu vigente até a queda da bastilha, invadida, em 1789, invadida pela população parisiense exaurida pelas injustiças do absolutismo. Deste momento em diante, amos a viver a Idade Contemporânea, que até sugestão melhor, ou algo que a redefina, vigora enquanto escrevo essas mal traçadas linhas.

A questão que se impõe é a seguinte: seria a atual pandemia seria parte de um novo ponto de viragem?

Difícil antecipar. O tempo, os estudiosos e o futuro certamente dirão.

Enquanto isso, não resta dúvidas, a história está sendo vivida por cada um de nós. Homens, mulheres, crianças, idosos. O certo é que realidades diferentes foram ‘aproximadas’ e afetadas, de diversas formas, pelo maldito vírus chinês.

Há algo, porém, que me parece mais que límpido e cristalino: na era da Covid-19, a necessidade de cooperarmos uns com os outros não é opção, e sim, questão de sobrevivência da espécie. Aqui me refiro claramente a espécie humana, que de modo particular, diferente de outras espécies animais, e não costuma ser colaborativa com a raça. Não raro, tende a explorar ou maltratar seus semelhantes.

Igualmente, faz-se límpido e cristalino que no mundo pós Covid a escolha pela inovação tecnológica deixa de ser condicional e torna-se imperativa. De tal forma que essa assertiva ora vale para nossas vidas privadas e profissionais – principalmente profissionais liberais.

A inovação digital está sendo o novo motor para iniciarmos a retomada, como outrora foram a escrita e a prensa. Graças a estas invenções, saímos de períodos obscuros e chegamos ao atual estágio do conhecimento científico.

Também e principalmente, graças a evolução dos espíritos arejados e despojados, que aceitaram, usaram e usufruíram das novas tecnologias de suas épocas, chegamos a um grau elevadíssimo de conforto, segurança e saúde jamais sonhados. Isso tanto é verdade que em menos de um ano se obteve a fabricação em larga escala de uma vacina contra um vírus mortal - diga-se de agem, talvez, igualmente pré-concebido e estudado.

Hoje, cientistas, médicos e uma infinidade de outros profissionais da saúde do mundo inteiro compartilham dados e saberes a fim de encontrar e viabilizar tratamentos ou alternativas preventivas para garantir saúde e a vida de sete bilhões de pessoas que povoam o planeta Terra.

Uma das prioridades atuais é facilitar o o aos serviços de assistência médica, tanto a hospitais, como aos médicos individualmente. As facilidades oferecidas há alguns anos pelo sistema bancário e logo assimilada pelo comércio eletrônico, finalmente chega à saúde. Basta um ‘clic’ e tudo aparece ao alcance dos olhos e na ponta dos dedos.

Assim, cooperar com modernidade, parecesse ser o modelo ideal para reconstruirmos economias, países e pessoas, aproveitando o que de melhor homem - e máquina - têm a oferecer.

Em suma, para prosperarmos, devemos lembrar que não somos apenas um elemento isolado, e sim estamos juntos no mesmo barco.

O mar revolto, porém, indica que se utilizarmos mapas antigos, navios avariados e lunetas embaçadas, teremos dificuldades em suplantar a terrível tormenta.

É aí, neste possível ponto de viragem, que entra a ‘inovação’, palavra que deriva do termo latino ’innovatio’, e se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores.

Inovar, porém, não é, simplesmente, ‘inventar algo novo’, mas, sim, fazer a diferença, alcançando novos resultados, por meio de novas ideias e ações.

Na atividade médica, o prontuário eletrônico e a monitorização de pacientes a distância, são exemplos simples e brilhantes de inovação. E há outras novidades em curso, via de regra, muito bem-vindas - que ao favorecer o o dos clientes aos serviços, não enfraquecem a relação médico paciente; pelo contrário a reforça. Vejo, sob essa perspectiva extremamente prática e intuitiva, um futuro promissor e de intensa aproximação entre as partes envolvidas.

De alguma forma - e indo além do universo médico -, os rápidos avanços tecnológicos seguirão mudando o jeito como vivemos, oferecendo novos produtos e serviços, afetando diretamente a economia por meio de um crescimento descrito por Peter Diamandis, cofundador da Singularity University, a qual tive a oportunidade de conhecer em visita ao Vale do Silício, como os 6Ds das tecnologias exponenciais.

Penso que não há como escapar disso - o que, sinceramente, acredito, saúdo e aplaudo. Segundo Diamandis, digitalização, decepção, disrupção, desmonetização, desmaterialização e democratização estão na rota do presente e, fundamentalmente, do futuro, desta grande nau, em que estamos todos embarcados.

Seja você empresário, estudante, advogado, engenheiro, jornalista, professor, dona-de-casa ou médico, enfim, saiba que os 6D´s já existem e fazem parte da sua vida atual e futura.

Portanto, tudo isso já está aí. Vigente, valendo, às ganhas. Mudando nossas vidas, enquanto procuramos, resilientes - e irmanados -, seguir em frente.

Negar avanços, em nome de um saudosismo romantizado ou mesmo reserva de mercado, pode afundar a canoa de muita gente e até o barco de alguns, mesmo que momentaneamente a nave tenha o porte de um Titanic lá de 1912 ou a soberba da Invencível Armada Espanhola aniquilada pelos ingleses em 1588.

As viradas e agens acontecem, independe da vontade ou falta de vontade das pessoas.

Para fechar sito Pompeu, grande general romano de 70 a.C., e seus célebres plagiadores que no decorrer dos séculos repetidamente dizem: navegar é preciso, viver não é preciso.

 

PS: deixo registrado meu profundo sentimento de dor pela agem do querido amigo e colega Dr. Ricardo Menegolla. Que Deus conforte sua família e o receba em Sua morada.

 

Médico e membro da Academia Erechinense de Letras

Leia também 3l63

  • Falsos Cristos e falsos profetas (Parte III) 363z46

  • O gigante Brasil 6n21a

    O agro lidera o ranking de exportações do país

  • Tempo sem professor... primavera sem flor g6y5j

Publicidade 6s594i

Publicidade 6s594i

Blog dos Colunistas e664z

  • Pente Fino

    Rodrigo Finardi 5eh4r

    Erechim se aproxima de 41 mil trabalhadores com carteira assinada

  • Dennis Allan 6c5g62

    Habacuque esperou

  • Lindanir Canelo 8405g

    Caimento correto do blazer masculino

  • Neivo Zago s3626

    Enquanto e como; por conta, e por causa...

  • Diocese 2z5x2x

    Discernimento à luz do Espírito

  • Marcos Vinicius Simon Leite 5g2q45

    Cachorro velho

  • Jaime Folle 5a5p6k

    Não dá pra ficar com um pé em cada canoa

  • Gilberto Jasper 1v64e

    As bizarrices das redes sociais