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Marcos Leite

O teste do sagu 5eg3s

Por Marcos Vinicius Simon Leite

A vida de quem começou pobre e teve sorte de progredir sempre deixa rastros dos tempos mais difíceis. São marcadores, que num momento ou outro, tornam-se impossíveis de esconder. Prova disso é o teste do sagu. Se quiseres saber se alguém bem sucedido já foi pobre, basta lhe oferecer esta sobremesa. Se nas “vacas magras” apreciava, não vai conseguir resistir.

Particularidades

O sagu é uma sobremesa bem gaúcha. Deve ser por conta do vinho, que dá um toque todo especial. Por mais que saibamos que o sagu não tem nada de especial. É uma sobremesa simples. Este é o segredo. Uma simplicidade que representa muita coisa. A primeira delas é que, quem o comia já era um privilegiado. Sinal de que havia comida em casa. Os mais carenciados, que não dispunham de um bom prato de comida, jamais terminariam uma refeição com sobremesa. O sagu é a porta de entrada neste universo da boa mesa. Barato, fácil de preparar e de gosto indiscutível. Representa o início da prosperidade. Sinal de fartura. Uma família que serve sagu de sobremesa já ultraou a linha da pobreza e da desnutrição.

Outros sabores

O sagu tem muitos sabores. Tem gosto de matajunta. Aquelas ripas de madeira que forram as casas mais simples, construídas com tábuas. Impedem que o vento e entre elas. Além de dar um charmoso acabamento, indica o capricho na construção, por mais simples que seja. É como o cravo da índia. Só quem gosta de sagu sabe do que estou falando. A iguaria também pode ter gosto ferroso, de fogão à lenha. Gosto de fumaça, cheiro da lenha queimada. Há quarenta anos, comer um saguzinho na volta de um fogão lustroso era sinal de ostentação. Os mais jovens talvez não tenham este alcance, que só o sagu é capaz de nos fazer lembrar. Eis a importância de reconhecer os elementos culturais que marcaram a nossa prosperidade ao longo dos anos.

Progresso

Tenho pena daqueles que progridem e depois deixam de comer sagu. Essa gente que cresce na vida sem reparar nas raízes. Basta fazer o teste do sagu para descobrir. Se oferecermos a sobremesa para alguém que já foi pobre e que hoje anda soberba, de nariz empinado, de certeza que vai refugar, fazer cara feia, preferindo um “crème brulée”, seguido de uma taça de espumante brut. É triste quando as pessoas esquecem o ado. No fundo, não am de exemplos de ingratidão.

Saudades

Aqui onde vivo não tem sagu. Nem casa de madeira com matajunta, porque o frio é severo e impossível de ser contido com um fogão à lenha. Mesmo assim, quando eu for ao Brasil, meu maior desejo será, depois de encontrar os amigos e familiares, sentar num canto de mesa. Numa cadeira de madeira forrada com palha ou corda, dessas que a gente vê em festa de paróquia, vou fechar meus olhos, agradecer a Deus e comer o meu sagu. É tudo o que eu preciso para materializar a gratidão que tenho pela vida e matar a saudade das minhas raízes.

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