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Medo não é respeito 1y4k1z

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Marcelo V Chinazzo
Por Marcelo V. Chinazzo
Foto Marcelo V. Chinazzo

De acordo com o dicionário, medo é o sentimento de inquietação ou receio diante de algo perigoso ou desconhecido. Na psicologia, o medo é uma emoção básica, universal e adaptativa: serve para nos proteger, ativando o instinto de luta ou fuga. Pode ser racional ou irracional, e frequentemente nasce na infância, seja por experiências traumáticas ou aprendizados distorcidos. Já na filosofia, o medo é mais do que uma emoção, é uma oportunidade para refletirmos sobre a nossa existência, limites e liberdade.

O respeito, por outro lado, é a consideração pelo outro, pela sua dignidade e sentimentos. É uma atitude de reconhecimento do valor alheio. Psicologicamente, está relacionado à empatia e à saúde emocional; filosoficamente, é uma base indispensável para uma sociedade justa e humanizada.

Educação, por sua vez, é um processo complexo e profundo, que vai muito além da sala de aula. Educar é formar seres humanos em todas as suas dimensões: física, emocional, moral e intelectual. Educar não é gritar, ameaçar, bater. Educar é guiar, ensinar, acolher, impor limites e inspirar. Educar é ensinar com firmeza e amor. Amor com limites. Limites com escuta. Quem ama, educa. Quem educa com respeito, não precisa de medo. E sim, é possível - e saudável - ser pai e amigo. Não no sentido permissivo, mas na construção de confiança, diálogo e presença.

Compreender esses conceitos é essencial para desfazer uma confusão comum: medo não é respeito. Medo paralisa, silencia, isola. Respeito acolhe, ensina, conecta. Um filho que tem medo de seu pai ou mãe, não o respeita e sim, o teme. E quem teme, não compartilha, não confia, apenas esconde. Teme contar, teme errar, teme se abrir. Isso não é autoridade, é falha na construção de vínculo. Se meu filho tiver medo de mim, é porque falhei. Não soube construir uma relação de afeto, de confiança, de verdadeira autoridade.

Muitos dizem que pais não devem ser amigos dos filhos. Eu entendo a intenção por trás disso, porém um bom amigo não é aquele que diz “sim” o tempo todo. Amigo de verdade fala o que precisa ser dito, impõe limites, escuta com atenção e não abandona. Quero ser esse tipo de amigo para meu filho: presente, firme, amoroso e confiável. E sim, ele entende que sou o pai. Ele entende a hierarquia, entende o valor do "não" e já agradece por isso, mesmo tendo apenas três anos.

Educar com amor não é permissividade. Quem ama, impõe limites, não para restringir, mas para orientar. Se o medo educasse, ninguém apanharia duas vezes, ninguém reincidiria em crimes, as cadeias estariam vazias. Mas isso não é a realidade. Medo não transforma. Medo apenas reprime. Respeito transforma porque cria vínculo e consciência.

Respeito se ensina com exemplo, desde antes do nascimento. O bebê, ainda no útero, já sente o ambiente, já é impactado pelas emoções da mãe e por como ela é tratada. Conversar com a barriga, explicar rotinas, incluir esse novo ser na vida familiar já é um ato de respeito. E esse respeito precisa continuar depois do nascimento, crescer com a criança.

Muitos subestimam os bebês e crianças pequenas. Esquecem que respeito não tem idade. Querem ser respeitados sem oferecer respeito. Mas o respeito é uma via de mão dupla, ele não se exige, se constrói.

Se educar pelo medo te faz sentir no controle, satisfeito por exercer poder sobre alguém, pergunte a si mesmo: o que você está realmente construindo? Porque o que seu filho sentirá por você será apenas medo. Medo de errar, de falar, de existir perto de você. Portanto, se o seu filho tem medo de você, algo está errado. Isso não é respeito. É um modelo ultraado, que só alimenta o ego de quem acredita que se impor é se fazer temer. E o medo que se planta hoje é o silêncio que se colhe amanhã. Especialmente na adolescência, quando muitos pais se tornam os últimos a saber... isso quando ficam sabendo. Porém, muitas vezes pode ser tarde demais.

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