A Noruega
Banhadas pelo Oceano Glacial Ártico, pelo Atlântico, pelos mares do Norte, da Noruega e do Báltico, as terras que se estendem da Islândia até a Finlândia e os países bálticos têm características geográficas semelhantes. Há doze mil anos estavam cobertas por geleiras. Em alguns lugares, a calota glacial atingia até 3 000 metros de espessura. Aos poucos, uma fina banda costeira começou a se soltar ao longo da Noruega e de outros países. As suas terras foram sendo liberadas do peso do gelo e as margens foram se esculpindo profundamente. Surgiram lagos e vales gigantescos – o início dos grandes fiordes noruegueses. A água do mar avançou pelos vales gigantescos criando os maravilhosos fiordes. Gravuras esculpidas, em grutas, mostram que, nessa época, já havia a presença humana.
Agricultores e guerreiros
As comunidades trabalhavam a terra, pescavam, comerciavam e guerreavam. O mar e os cursos de água tinham papel essencial na vida cotidiana desses povos, que se tornaram hábeis navegadores. A Escandinávia formava um conjunto mais ou menos homogêneo, cujas populações falavam a mesma língua: o nórdico antigo, de origem indo-europeia. Hoje, a língua é diferente em cada um de seus países.
As invasões dos homens do norte
Em 793, um bando de conquistadores nórdicos atracou numa ilha próxima da Grã-Bretanha. Eles pilharam um monastério da cultura cristã da época. Continuaram com a invasão em monastérios, sempre em amplitude maior. Esses homens eram os VIKINGS – homens do norte de grande porte, olhos azuis e barba ruiva.
Os ataques vikings
Os ataques vikings, então regulares, espalharam o terror entre os cristãos. Esses novos bárbaros eram chamados de normandos ou homens do norte. A era viking durou mais de 200 anos. Esses guerreiros escandinavos acumularam tesouros e constituíram reinos, acabando com o isolamento das terras do norte da Europa. A palavra VIKING designa os “homens das angras”, piratas que se dissimulavam nas baías profundas para atacar de surpresa as suas vítimas. Os filhos mais novos das famílias sonhavam com a aventura além dos mares. Assim, podiam garantir a fama de guerreiros e conseguir fortuna. Aproveitavam as expedições comerciais para conduzir ataques de pilhagem.
Conquistando terras
Rumaram ao Mediterrâneo e atingiram Portugal, França e Espanha. Saquearam Lisboa e cidades do sul da Espanha. Realizaram saques e pilhagens no norte da África. Fundaram reinos no sul da Itália e na Sicília. Cerca de 5 000 vikings se fixaram na Normandia – esse nome significa “terra dos homens do norte”. A partir do ano 865, eles colonizaram a Islândia.
Os vikings na américa
Durante um verão, navegaram até uma grande ilha – a Groenlândia – que significa “Terra Verde”. Por volta do ano 1 000, cinco séculos antes de Cristóvão Colombo, chegaram ao continente norte-americano. Historiadores concluem que eles chegaram até a América do Sul, pelo oeste, até o Chile.
Diferentes reinos
Em menos de três séculos, os vikings se apossaram de vastos territórios, adquirindo, assim, uma identidade própria. Para unificar essas regiões, se empenharam na conversão daqueles povos à religião cristã. Mas a ideia não avançou e vários reinos distintos foram implantados. Nesses tempos, já haviam vários reis descendentes dos homens do norte e começaram as disputas com intermináveis guerras pela Europa.
Em Oslo o “museu dos barcos vikings”
Em Oslo- capital da Noruega- não se pode deixar de conhecer o Museu dos Barcos Vikings o “Vikinskiphuset”. São vários modelos em exposição e alguns, tão frágeis, que fica difícil de imaginar como desbravaram o mundo com aquele tipo de embarcação. Mas, os navios de guerra vikings possuíam quilha sólida, casco flexível feito de pranchas sobrepostas, mastro central removível e vela quadrada. O formato simétrico – a proa e a popa tinham formato idêntico – possibilitava o curso do navio nos dois sentidos. Quando não havia vento, o barco era impulsionado por uma tripulação de mais de 100 remadores.
Seus barcos eram muito perfeitos para essa época
O desenho deles unia leveza e força. A proa, muitas vezes, tinha o formato de uma cabeça de dragão. O principal instrumento de navegação dos vikings era um tipo de relógio solar, mas eles também utilizavam como guia as correntes marítimas, ventos dominantes e a direção do voo dos pássaros.
O amor pelo mar
Da capital da Noruega-Oslo – de “ferry-boat” se vai até a península de Bygdoy, onde lá existem quatro museus dedicados à paixão dos noruegueses pelo mar: o Vikingskipsmuseet, com os mais bem preservados barcos vikings. Ali está um dos mais importantes barcos - o Frammuseet - usado por dois grandes exploradores dos Polos: Fridtjof Nansen e Roald Amundsen. Outro museu é o Kon-Tiki Museet, que abriga uma balsa na qual Thor Heyerdahl cruzou o Oceano Pacífico do Peru para a Polinésia, em 1947.
Patriotismo
Os noruegueses nunca deixaram de exaltar sua pátria. Nos diários dos exploradores sempre havia anotações que demonstram esse patriotismo. Roald Amundsen, o explorador dos Polos, nunca deixou de organizar uma pequena festa para marcar a Independência do país. Isso, em qualquer lugar que estivesse: congelado ou faminto nos confins do Ártico ou da Antártida. Os noruegueses, herdeiros de um patrimônio que remonta à pré-história, orgulham-se de suas tradições quanto de sua criatividade, que sabem aplicar tão bem às tecnologias mais atuais, às artes e à organização da vida social.