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Opinião 572567

As mulheres do MST dizem que a silvicultura prejudica a biodivdersidade do Bioma Pampa (Parte II) 5d4i15

As demais atividades não prejudicam a biodiversidade?

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Roberto Ferron
Por Engº. Florestal Roberto M. Ferron – Consultor Florestal/Ambiental
Foto Roberto M. Ferron

Seguindo nas declarações das “MULHERES DO MST”, que fizeram manifestações em diversos municípios do RS, cuja pauta declarada foi o “avanço da silvicultura pelo cultivo do eucalipto no Bioma Pampa”.
Vale lembrar que o Bioma Pampa possui uma área de aproximadamente 12 milhões de hectares, correspondente a 69% do território do Rio Grande do Sul. Segundo informações do MST, “estudos indicam que mais de 30% de sua vegetação nativa foi perdida entre 1995 e 2023. Segundo especialistas, o avanço da silvicultura – cultivo industrial de espécies como eucalipto, pinus e acácia – é um dos fatores que contribuem para essa alteração na paisagem”. O movimento informa que houve uma perda de 30% de sua área nativa, representando 2,9 milhões de hectares, sendo que 2,1 milhões de hectares foram destinados ao cultivo de soja, e 720 mil hectares à silvicultura.
Entretanto, se a afirmativa estiver correta, representa 24,2%, e não 30%. A área de soja representa 17,5%, e a de silvicultura, 6,5% de sua área total.

Importante salientar que há estudos que dizem: “se não houvesse o gado, este bioma seria uma floresta”. A informação está correta, pois o que impede a vegetação arbórea de se desenvolver é exatamente o gado, que consome a brotação das sementes de árvores que germinam. Também, não menos importante, é frisar que, na sucessão florestal, após as gramíneas se instalarem, vêm na sequência as ervas, arbustos, arvoretas, árvores pioneiras, secundárias iniciais e tardias, e a clímax. Esse processo de regeneração natural leva em torno de 100 anos para que uma terra desnuda ou campo vire floresta. E por que será que no Bioma Pampa não há florestas?
Ainda, o MST informa que “a única empresa do setor no estado é a CMPC, grupo chileno que atua no mercado florestal da América Latina. No Brasil, sua unidade Celulose Riograndense, localizada em Guaíba, representa a empresa. A CMPC também investe na ampliação da produção de eucalipto, utilizando áreas de produtores locais, especialmente na região do Pampa, e a expansão das plantações de eucalipto e outras árvores exóticas de 1 milhão para 4 milhões de hectares. O investimento é considerado um dos maiores da história do estado”.
Mais um dado equivocado e tendencioso: o RS possui 961 mil hectares de florestas plantadas, e a CMPC possui 496 mil hectares dessa área total. Portanto, não possui 1 milhão, e muito menos 4 milhões de hectares.
Continuando suas declarações, dizem que “em junho de 2024, o governo federal sancionou a Lei nº 14.876/2024, que exclui a silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais. Com essa medida, o licenciamento ambiental para o plantio de florestas comerciais, como pinus e eucalipto, foi simplificado, e a atividade não está mais sujeita ao pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA). No Rio Grande do Sul, a flexibilização ocorreu ainda em 2023, com a aprovação do Zoneamento Ambiental para a Atividade da Silvicultura (ZAS) pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). A nova regulamentação permitiu o aumento expressivo das áreas de plantio, ando de 1 milhão para 4 milhões de hectares. Especialistas alertam que essas medidas podem intensificar os impactos ambientais, especialmente no Bioma Pampa, que possui um dos menores percentuais de unidades de conservação do Brasil (3%) e é o que mais perdeu sua cobertura vegetal original entre 1985 e 2021. A expansão da silvicultura pode comprometer a biodiversidade, afetar a fauna e flora locais e agravar a crise hídrica no estado”.
Dessa forma, distorcem os dados e fatos para manipulação da opinião pública. Como é praxe do movimento, a silvicultura é taxada como a vilã da biodiversidade, mas a expansão da soja e outras culturas, que foi três vezes maior, e o gado criado há décadas não comprometem a biodiversidade do Bioma Pampa?
O que querem? Manter a metade sul do estado em seu estado de pobreza, e sua população alijada de escolher o caminho que deseja seguir?

 

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