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Turno único de um lado e dobrado, triplicado na realidade 27q3

Neste momento, o turno único nos remete muito mais para o ado do que para o futuro. Tem muito mais a ver com retrocesso do que modernização. Está muito mais ligado ao corporativismo do que um olhar abrangente para a sociedade e suas necessidades

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Turno único não é a resposta que o setor público deveria dar neste momento
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Divulgação

Sempre ao se falar em turno único o assunto é polêmico. Na quinta-feira (7), o prefeito de Erechim, Paulo Polis, assinou decreto que determinou horário especial de expediente nas repartições públicas municipais para o período de 11 de janeiro a 31 de dezembro de 2021, das 7h30 às 13h30.

Ao divulgar a informação, na quinta-feira mesmo, na página da prefeitura nas redes sociais, a notícia gerou uma série de manifestações pró e contra. Não contei, mas acredito que foram mais comentários contrários do que favoráveis.

Na sexta-feira (8), o prefeito publicou nas redes sociais um vídeo para explicar os motivos da decisão. Entre eles estão economia aos cofres públicos de mais de R$ 200 mil, reduzindo a utilização de água, luz, redes de telefone, transporte e combustível. Mas esse valor vai compensar a necessidade de atendimento da população e vai acrescentar algo de novo à n  estrutura istrativa pública?    

Uma das primeiras ações do novo governo em 2021, no meu entendimento, gerou um impacto negativo para a atual gestão, mesmo que a medida não atinja os serviços essenciais como saúde, coleta de lixo, varrição, segurança pública, zeladoria, serviços cemiteriais, Abrigo Cidadão, Casa de Apoio da Capital do Estado, Conselho Tutelar e AGER.  

Falo como cidadão e não comentarista político. Neste momento, o turno único nos remete muito mais para o ado do que para o futuro. Tem muito mais a ver com retrocesso do que modernização. Está muito mais ligado ao corporativismo do que um olhar abrangente para a sociedade e suas necessidades. Turno único não inspira confiança e nem esperança. Num contexto em que o setor privado é cada vez mais exigido e é difícil manter uma empresa aberta e se colocar no mercado de trabalho.

Turno único não é a resposta que o setor público deveria dar neste momento. Turno único não é sinônimo de união e de uma sociedade minimamente equilibrada, não neste momento em que se vive, em que o papel da prefeitura se torna cada vez mais importante pra fazer frente ao abandono do Estado e da União.

O ano de 2021 vai exigir muito mais de todos nós, de toda a sociedade, e não tem espaço para turno único, já que a população precisa fazer turno dobrado, quando não, triplicado pra sobreviver.  

Tem dinheiro e muito: R$ 5 trilhões engavetados

Recentemente o presidente, Jair Bolsonaro, disse que o Brasil está quebrado e, por isso, não consegue fazer nada. Mas não é bem assim, aliás, nunca foi assim. Há muito dinheiro, só não está disponível para o desenvolvimento do país e o bem-estar do brasileiro.

Segundo Auditoria Cidadã da Dívida, instituição que vem realizando, desde 2001, estudos, publicações, eventos sobre a estrutura financeira do país, afirma que o Brasil tem quase R$ 5 trilhões engavetados. Vamos aos valores, R$ 1,289 trilhão estão na conta única do Tesouro Nacional; R$ 1,836 trilhão em reservas internacionais; R$ 1,393 trilhão de sobra de caixa dos bancos parados no Banco Central rendendo juros somente aos bancos. Isso parece ser quebrado?

Furo

“Onde está o ralo? Gastamos R$ 1 trilhão em 10 anos só em juros para a remuneração ilegal da sobra de caixa dos bancos! Se computarmos o custo dos títulos, esse gasto ilegal sangrou quase R$ 3 trilhões. Gastamos dezenas de bilhões com a farra do swap a privilegiados sigilosos. Perdemos centenas de bilhões em investimentos por causa da falta de controle de capitais, que, em vez de corrigir, o Congresso Nacional está relaxando ainda mais por meio do Projeto de Lei 5.387/2019. O governo federal gastou R$ 1,383 trilhão em 2020 com despesas financeiras com a chamada dívida pública nunca auditada! Os dados oficiais mostram que temos muito dinheiro parado e muito gasto equivocado e até ilegal”, publicou a entidade na sua página na internet.

Decepcionante 

Ler essas informações são desconcertantes e quase ininteligíveis, difícil de figura-las na realidade. Desde criança eu ouço que o país não tem recursos pra investir, e se gastar com qualquer área que seja, vai quebrar, ou terá que cortar recursos de outros investimentos. Sempre foi assim, ao falar em investimentos para o Brasil o arrocho sempre foi excessivo, austero ao máximo, sovina, completamente desligado das necessidades e da realidade do brasileiro. Diria até desumano, cruel e mal-intencionado.

Agora, se o assunto for juros absurdos e especulação financeira, aí o paraíso é aqui. E o que mais me ira é a submissão de sucessivos governos a esse sistema corrosivo que impede o desenvolvimento social, econômico e cultural do país a décadas, que não favorece ninguém, a não ser meia dúzia de empresas e pessoas. Uma estrutura que só gera miséria e concentração de renda. O dinheiro na poupança não remunera nada, mas esse mesmo dinheiro quando eu preciso incidem juros astronômicos, impagáveis. E a realidade está aí de testemunha.  

Há mais de 40 anos a BR 153 – Transbrasiliana trecho entre Erechim e o Fundo, obra de responsabilidade federal, aguarda recursos, que sempre estão vindo, mas nunca chegam.

Solução vem de dentro

Tanto a Fiocruz quanto o Butantan prestam serviços inestimáveis para o Brasil com a promoção da saúde pública e da ciência, no que há de mais avançado em tecnologia. E como disse, recentemente, pesquisadora da Fiocruz, são essas instituições que vão resolver o problema da covid no Brasil.

E é assim que tem que ser sempre para todas as áreas. O nosso capital intelectual, a nossa expertise é que vai resolver os nossos problemas. A solução vem de dentro e não de fora. Essa deveria ser a lógica, principalmente, da política nas suas decisões relacionadas ao desenvolvimento do país e à vida das pessoas.

E, mais, é preciso valorizar e divulgar as nossas instituições, a nossa ciência e cientistas, o que temos de melhor, e abandonar de vez a complexo de vira-lata, de inferioridade, mas associado, é claro, a um governo disposto a defender com unhas e dentes e com todo o capital financeiro do país o bem-estar dos seus cidadãos. O problema é que isso está longe de acontecer e com o ar dos anos pouco muda, infelizmente.

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