Migrantes e refugiados 3u1x1u
Estimados diocesanos. Do dia 12, domingo ado, até este domingo, 19 de junho, a igreja no Brasil está celebrando a 31ª Semana do Migrante. Poderia ser mais um assunto como tantos outros abordados pela caminhada da Igreja para conscientizar os fiéis sobre um aspecto da sociedade. Mas a realidade nos interpela a refletirmos e a olharmos a vida dos emigrantes, migrantes e refugiados com os olhos do coração, da compaixão e da misericórdia.
As notícias que ouvimos nos meios de comunicação ou as imagens que vemos pela televisão nos chocam, porque no intuito de fugirem da violência, das guerras, da pobreza e da falta de perspectiva em relação ao futuro no próprio país, muitos acabam perdendo a vida nas águas. A travessia do mar vista como a esperança para uma nova realidade, acaba sendo a sepultura para muitos. Lutas, sonhos, esperança e gritos de desespero são abafados pelas ondas e sepultados nas águas, não nas águas do Dilúvio, mas nas águas da indiferença, da exploração, da falta de amor em relação à vida dos emigrantes e refugiados de ontem e de hoje.
Não podemos esquecer que os emigrantes, os migrantes e os refugiados são pessoas que procuram uma vida melhor, não importa se vêm da Europa, da África, do Nordeste ou do Sul. Alguns fogem das guerras, outros da pobreza, da exploração e das injustiças que ferem e roubam a dignidade das pessoas. Todos procuram uma vida mais digna para si e para os seus.
Como cristãos, não podemos esquecer a dimensão das obras de misericórdia, entre elas, acolher os peregrinos, lembrando que Maria e José também precisaram fugir com Jesus para o Egito, para proteger a vida do recém-nascido da sede de poder de Herodes.
Que o nosso compromisso com o Evangelho e com a vida, nos tire da indiferença, para ouvirmos os gritos que vêm da terra, dos mares da parte de todos aqueles e aquelas que clamam por um lugar ao sol para viver com dignidade e paz a vida dom de Deus.
Tende todos um bom domingo.
Dom José Gislon - Bispo diocesano de Erechim