Federação avaliou o resultado da balança comercial de outubro
As exportações industriais gaúchas caíram 19,6% em outubro, na comparação com mesmo período do ano ado, e somaram US$ 1,14 bilhão, representando 74,4% de tudo que o Rio Grande do Sul embarcou.
Trata-se do nível mais baixo para o mês desde 2006. Com esse resultado, as vendas externas totais do Estado fecharam negativas (-0,2%), alcançando US$ 1,53 bilhão. “O cenário para as empresas exportadoras é grave. Além da redução nos preços de venda internacionais, o forte aumento dos custos de produção reduz a competitividade. Por sua vez, a baixa integração internacional do Brasil e a falta de acordos internacionais limita a possibilidade de ganhos com a desvalorização da taxa de câmbio”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial.
De um total de 22 segmentos industriais com registro de operações de exportação em outubro, 17 venderam menos. As categorias com os maiores recuos foram Produtos Químicos (-34,6%), Máquinas e Equipamentos (-30,1%), Produtos Alimentícios (-23,8%), Couro e Calçados (-23,2%) e Tabaco (-14,0%). O avanço mais significativo ocorreu em Papel e Celulose (338,5%), decorrência da expansão da capacidade da planta da Celulose Riograndense.
Já as vendas externas de commodities cresceram 339,5% (US$ 378 milhões), em função da elevação de 763,1% dos embarques de soja para a China. O resultado só não foi melhor devido à diminuição da cotação internacional da mercadoria no ano (-22,0%).
Ainda nessa base de comparação, as importações industriais do Rio Grande do Sul caíram 31,1% e somaram US$ 779 milhões. Este valor respondeu por 97,13% de tudo que o Estado comprou (US$ 802 milhões – o menor valor desde 2006). Todas as categorias de uso sofreram diminuições. A principal delas foi Combustíveis e Lubrificantes (-63,2%), determinada pela queda da cotação internacional do petróleo ao longo dos últimos meses. Outro resultado que chama a atenção é a diminuição significativa de Bens de Capital (-56,4%), reflexo das expectativas pessimistas dos empresários industriais gaúchos para o futuro.