Ouvi o silêncio
Gritando baixinho:
— Fique! Não vá!
Só mais um pouquinho.
E o tempo implacável,
Vestindo lembranças,
Acaricia, ladino,
O desejo de amar.
Surge, de mansinho,
Nos olhos molhados,
A lágrima doce
Que o amor entorpece.
Na boca, ainda resta
Um sabor de saudades,
Que arranca suspiros
E a alma enternece.
E, no último ato,
Um beijo roubado
Guarda, para sempre,
O gosto do amado