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A próxima cena 4k2w3w

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Por Everton Ruchel
Foto Arquivo pessoal

O silêncio entre dois atos carrega uma tensão única. É o momento em que o público prende a respiração, o palco escurece e ninguém sabe exatamente o que está por vir. A vida real, em muitos aspectos, tem se comportado da mesma forma: uma sucessão de lances inesperados, intercalados em dúvidas, ansiedades e a necessidade constante de adaptação. O que nos espera na próxima cena?

Essa metáfora serve bem para expressar o sentimento coletivo atual. Estamos em um cenário compartilhado onde todos somos, ao mesmo tempo, espectadores e personagens. A cada novo dia, as manchetes anunciam reviravoltas: avanços tecnológicos, catástrofes ambientais e transformações sociais. A sensação é a de que o mundo se move mais rápido do que somos capazes de acompanhar. E é nesse momento que o futuro ganha um peso ainda maior. Ele não apenas representa o que ainda não aconteceu, mas que está prestes a nos atingir, para o bem ou para o mal.

A ansiedade em relação ao futuro não é novidade, mas o que muda agora é a velocidade com que tudo se transforma. A tecnologia encurta o tempo entre causa e consequência. A inteligência artificial, que até pouco tempo parecia ficção científica, hoje já interfere em decisões profissionais, na educação, na produção artística e até nos relacionamentos. A automação substitui empregos. Algoritmos moldam o que vemos, pensamos e compramos. O que virá a seguir? A próxima cena poderá trazer mais eficiência e inovação, ou maior desigualdade, isolamento e dependência tecnológica.

No campo ambiental, o enredo também é complexo. As mudanças climáticas, antes tratadas como algo distante, hoje são uma realidade visível: secas extremas, enchentes, incêndios florestais, desaparecimento de espécies. A próxima cena, nesse contexto, pode ser dramática se não houver ação coordenada e imediata. O planeta está dando sinais de exaustão.

Ao mesmo tempo, há uma profunda transformação nos valores e nas formas de se relacionar. Questões como bem-estar mental e propósito de vida ganharam força. Nunca se falou tanto sobre saúde emocional, sustentabilidade e qualidade de vida. Isso mostra que, apesar das incertezas, há um desejo real de construir um futuro mais consciente, mais equilibrado e mais humano.

Diante de tudo isso, o erro seria imaginar que estamos apenas assistindo a um espetáculo do qual não podemos participar. A verdade é o oposto: somos autores dessa história. Nossas escolhas individuais e coletivas determinam, em grande parte, o que virá depois. Quando decidimos consumir, estudar, cuidar, nos engajar, ou mesmo silenciar, estamos ajudando a criar o futuro. Não há neutralidade.

A incerteza é bela. A próxima cena pode surpreender, emocionar, provocar ou exigir coragem. Pode ser suave ou turbulenta, cheia de desafios ou recomeços. Mas, acima de tudo, ela será consequência.

O pano ainda está fechado e as luzes estão prestes a reacender. O palco já está montado, os olhos do mundo estão atentos e a cortina subirá com ou sem nossa participação. Cabe a nós decidir se seremos meros figurantes ou protagonistas desse enredo que chamamos de futuro.

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