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A gente combina, a gente se entende 5sw5z

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Marcelo V Chinazzo
Por Marcelo V. Chinazzo – Pai do Miguel e do Gael, jornalista e escritor
Foto Marcelo V. Chinazzo

Existe um ditado antigo que diz: “O combinado não sai caro.” Pode até não ser exatamente assim, mas o espírito da frase é o que realmente importa. E ele faz todo sentido, seja na paternidade, seja em qualquer relação entre pessoas minimamente civilizadas.

Quando situações são previamente acordadas, evitamos brigas, constrangimentos e birras desnecessárias. Isso traz fluidez à rotina, especialmente em dias corridos, em que 24 horas parecem poucas. E sejamos honestos: se tivéssemos 48, continuaríamos reclamando da falta de tempo. A natureza sabe bem o que faz, o que falta, muitas vezes, é organização e diálogo.

O problema é que muita gente ainda subestima bebês e crianças, como se eles fossem incapazes de compreender o mundo ao redor. Esquecem que crianças aprendem por repetição, por observação e, principalmente, por escuta. E se não explicamos, se não conversamos, como podemos esperar que elas ajam “corretamente”? Quando não há conversa, combinados ou respeito, sobra apenas imposição e, cobrança injusta. Assim não funciona.

Lá em casa, desde sempre - ainda na barriga -, fazemos questão de explicar, conversar e estabelecer combinados. À medida que nosso filho cresce, ganha mais autonomia e, com ela, mais direitos, mas também deveres e limites. Tudo isso, sempre com muito respeito. Porque respeito não se ensina só com palavras. Respeito se aprende sendo respeitado.

Meu filho me respeita porque é respeitado. Simples assim. É uma via de mão dupla. Respeito é, antes de tudo, reciprocidade.

Muitos pais enfrentam dificuldades ao sair com os filhos, seja no mercado, em lojas, ou em qualquer lugar público. As crianças querem tudo, fazem birra, choram e gritam. Mas, ao serem questionados, muitos adultos item que não conversam em casa. Outros até dizem que conversam, mas que “não adianta”.

Dizer que meu filho nunca faz birra seria mentira. Ele faz. Mas normalmente é antes das conversas e do estabelecimento de combinados. Nunca saímos de casa sem antes conversar, explicar o que vai acontecer e fazermos nossos combinados. E quando digo "nossos combinados", é porque ele participa, opina e entende que tem voz.

Se, mesmo assim, ele ainda se irrita ou chora, a gente para e explica de novo e tudo vai se ajustando, pois há confiança. Ele entente porque confia. E confia porque é ouvido e respeitado. A gente não cede, apenas reforça o que foi acordado, porém “numa boa”, sempre com calma e empatia.

Adultos têm dias ruins, por que com as crianças seria diferente? Tem noites em que ele dorme mal, está cansado, com dor ou simplesmente não está bem. E faz parte. Acolhemos. Não ignoramos, não mentimos, não minimizamos o que ele sente. Essa é a base para que o diálogo e os combinados realmente funcionem: o respeito.

Agora, nos dias em que nós, os adultos, estamos mais estressados, são justamente os mais difíceis. Quando estamos fora do nosso eixo, tudo desequilibra, inclusive a forma como lidamos com as emoções das crianças. Nessas horas, as birras tendem a ser mais intensas e nada parece funcionar e tudo bem, isso é normal. O negócio é respirar fundo e seguir no propósito. Quando há constância nos combinados e no diálogo, esses dias difíceis se tornam cada vez mais raros e de fácil resolução.

Quando só um lado fala e exige, isso não é um combinado, é imposição. E, dessa forma, nada flui. Então, seguimos assim: crianças e adultos desrespeitados e desrespeitosos, impacientes, com pouco diálogo e vínculos frágeis. Mais tarde, adolescentes em conflito, rebeldes e mal compreendidos. E, no futuro, adultos disfuncionais, despreparados para lidar com frustrações, responsabilidades e, sem o mínimo tato, para educar uma nova geração.

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