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Capitel de São Valentim: patrimônio de fé que resiste ao tempo em Aratiba 46310

Neste domingo (4), pequeno oratório será reinaugurado depois de ar por revitalização geral. O evento inicia as 10h com missa, bênção, churrasco e animação de Nestor e Christian na comunidade Linha Tamanduazinho

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O Capitel de São Valentim localizado ao lado da igreja da comunidade Linha Tamanduazinho
Adecir Stroher e o filho, Gabriel Luís
Por Redação
Foto Divulgação

O Capitel de São Valentim localizado ao lado da igreja da comunidade Linha Tamanduazinho, às margens da ERS 420, será reinaugurado, neste domingo (4), depois de ar por revitalização geral. O evento inicia as 10h com missa, bênção, churrasco e animação de Nestor e Christian.

Construído há quase 80 anos, o pequeno oratório foi erguido por Ferdinando Chechi e Nazareno Mocelin, inicialmente, na Linha Encantado, porque era muito longe para eles participarem dos cultos na comunidade da Linha Bentevi. “No começo, havia apenas um quadro do Sagrado Coração de Jesus e de Maria. Com o ar do tempo, o capitel foi doado para Linha Bentevi, a pedido de Valentim Palhiarini, segundo as informações de dona Ida Locatelli. A comunidade comprou um terreno de João Cantu, ao lado de cima da estrada, e em agradecimento o seu Valentim Palhiarini comprou o santo, São Valentim. A primeira madrinha do capitel seria a nona Estácia, família de poloneses, e a segunda madrinha a dona Ida Locatelli, que era da diretoria da comunidade Bentevi à época”, conta Adecir.  

O capitel foi restaurado graças ao empenho de Adecir Stroher, que foi convidado a fazer este trabalho depois de pintar a igreja. As reformas contaram com apoio da comunidade e a fé de famílias que marcaram a história da Linha Encantado, Linha Bentevi e Linha Tamanduazinho.

Ele está no coração do interior de Aratiba, no norte do Rio Grande do Sul, entre vales verdes e a história viva das comunidades rurais, um símbolo de fé, união e resistência. O santo escolhido para abençoar o local foi São Valentim, conhecido como padroeiro dos apaixonados, mas também venerado por sua história de amor cristão e sacrifício.

Com o ar dos anos, o capitel mudou de endereço, sendo realocado entre as comunidades de Linha Bentevi e Linha Tamanduazinho, nas proximidades da residência de Valentim Palhiarini. Mais tarde, a região acolheu os lares das famílias de Artur da Silva, Elias e Inês Filipe, e João Cantu. Foi ali que uma história de fé singular se entrelaçou com a do capitel.

Seu João, acometido por ataques, fez uma promessa fervorosa, se alcançasse a cura, o culto seria realizado todos os finais de semana no capitel, com a reza do terço. A graça foi alcançada, e a promessa, religiosamente cumprida. Na maioria das vezes, era a dedicada senhora Olinda Paliarini quem conduzia as orações, mantendo viva a chama da fé naquele pequeno santuário.

O local ao redor do capitel também pulsava com a vida social da comunidade. Uma cancha de bochas reunia as famílias para momentos de lazer e alegria entre amigos. Essa atmosfera vibrante e os laços fraternos que ali se fortaleciam deram origem ao nome peculiar do local: Linha Faceira, um reflexo da felicidade que irradiava das famílias e dos encontros.

Realocação e continuidade

Parte da Linha Faceira foi alagada durante a construção da Usina Hidrelétrica de Itá, obrigando a realocação do capitel. O novo destino foi ao lado da igreja da comunidade de Linha Tamanduazinho, com apoio do então pároco de Aratiba, Padre Waldemar Zapelini, e esforço conjunto dos moradores e do senhor Ivaldir Baioco, que fazia parte da diretoria da comunidade na época e articulou diretamente com o padre Waldemar a relocação do capitel. Na mesma ocasião, a professora da escola local, senhora Cliria Haboski, conversou com a Secretaria de Educação do município para que o capitel fosse oficialmente reconhecido como patrimônio histórico da comunidade. Na ocasião, o casal Inês e Elias Felipe, moradores antigos e atuantes da comunidade, foram oficialmente nomeados como padrinhos do capitel.

Restauração: nova etapa

Com o tempo e a ação das intempéries, a estrutura original do capitel foi se deteriorando. Foi então que uma personagem decisiva entrou em cena, a dona Ermelinda Baioco Chechi, nascida na comunidade e que, anualmente, visitava o local. Sensibilizada com o estado da construção e movida pela fé, decidiu custear integralmente a restauração. Dona Ermelinda cita que um dos pioneiros do capitel, Ferdinando Chechi, era irmão de seu sogro.

Para dar seguimento à restauração, pediu a seu irmão, Ivaldir Baioco, que entrasse em contato com o coordenador da comunidade, Jorge Bugs, que, por sua vez, mobilizou esforços locais. Foi então contratado Adecir Stroher, morador da comunidade vizinha, Linha Navegantes, para executar a obra de restauração.

Com atenção minuciosa aos detalhes, Adecir buscou preservar a forma original da construção, respeitando sua simplicidade e significado histórico. “A importância desse capitel vai além da arquitetura, ele representa um vínculo afetivo e espiritual entre gerações”, comenta Adecir.

Dona Inês Felipe, agora viúva, expressou profunda gratidão à comunidade por ter sido honrada com o papel de madrinha do capitel.

Dona Ermelinda, com fé inabalável e emoção visível, se disse extremamente feliz com o resultado da obra. Para ela, contribuir com esse legado foi um gesto de amor à terra natal e às suas raízes espirituais. “Foi tudo feito com muito carinho e profissionalismo. Me sinto honrada em poder ter contribuído para manter essa história viva”, afirmou Dona Ermelinda.

O capitel permanece como elo sagrado entre ado, presente e futuro, sustentando a fé e a cultura de uma comunidade que, mesmo diante das mudanças e dos desafios, jamais abandonou sua identidade. Mais do que madeira e telhas, o Capitel de São Valentim é feito de promessas, orações e memórias. Uma prova viva de que a fé e o amor pela história local são capazes de atravessar gerações e resistir ao tempo.

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