A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) reuniu, na última semana, fiscais e responsáveis pelos serviços de conserva para orientar e discutir melhorias no manejo de fauna atropelada. O objetivo foi aprimorar a qualidade dos dados obtidos com a retirada da carcaça de animais das estradas istradas pela Empresa, evitando riscos para os motoristas.

O choque com veículos pode ser considerado uma das principais causas de mortalidade de fauna silvestre na área de influência das rodovias, incluindo a de espécies ameaçadas de extinção. Considerando o impacto à preservação da biodiversidade e à segurança viária, são definidas ações no âmbito da Gestão Ambiental, para auxiliar na redução dessas ocorrências. A ferramenta utilizada é o Programa de Proteção e Monitoramento de Fauna (PPMF) que indica os estudos e subsídios necessários à adoção de medidas efetivas e eficazes para o problema.

Parte das iniciativas de mitigação implementadas advém da análise dos trechos de maior ocorrência de colisões, da frequência dos sinistros e das espécies atropeladas. Os registros documentais e fotográficos fornecidos pelas equipes que fazem a remoção do animal ajudam a identificar os grupos silvestres mais sensíveis e os que oferecem maior risco ao usuário, incluindo da fauna doméstica. Por isso, a EGR utiliza aplicativo específico de telefone celular para a coleta georreferenciada das imagens das carcaças antes da retirada delas da via.

Após o levantamento é realizada a avaliação integrada das informações e priorizadas ações para os locais em que é evidenciada elevada taxa de atropelamento, onde são encontrados arborícolas como macacos, aves, cobras e insetos, ou ainda, é identificada alta proporção de área potencial para a incidência de anfíbios. O grau de sucesso das atitudes adotadas é monitorado, a fim de que os ajustes possam ser feitos.

“Vemos a importância dos registros de remoção de fauna atropelada realizados da maneira adequada, para que a informação seja confiável, prevenindo a tomada de decisões incorretas e o desperdício de recursos com medidas ineficientes”, explicou o analista rodoviário e responsável pela área de Meio Ambiente da EGR, Giuliano Cuozzo.

Cumprimento da legislação ambiental

Durante a reunião, foi destacada a relevância do trabalho de conservação rodoviária para o êxito do PPMF. Também foi explicado que as ações de mitigação são fundamentais para a conservação da fauna, assim como para o atendimento à legislação ambiental e a condicionantes das Licenças de Operação (LOs), a prevenção de danos econômicos e o cuidado com a segurança dos usuários.

Os gestores e fiscais presentes puderam ainda compartilhar sugestões de melhoria para o processo, apontar desafios e esclarecer dúvidas. 

A capacitação foi conduzida pelo Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias (Nerf) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e pela equipe da STE - Serviços Técnicos de Engenharia, responsável pela execução do Plano Básico Ambiental (PBA) da EGR. Já as equipes de remoção obtiveram treinamento técnico específico no fim de 2024.