A 41ª edição da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios do Sebrae RS revelou que entre os principais obstáculos apontados pelos empreendedores do Estado no último bimestre está o planejamento do negócio, que lidera com 66% das menções, seguido pelo controle financeiro (28%), falta de mão de obra qualificada (27%) e a busca por recursos financeiros (26%).

O levantamento foi realizado entre 5 e 23 de março com 373 clientes do Sebrae RS atendidos nos meses de janeiro a fevereiro de 2025. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 5%.

A pesquisa também trouxe um panorama sobre o desempenho dos negócios no período. Para 42% dos entrevistados, o faturamento permaneceu estável, enquanto 22% registraram crescimento. No entanto, 36% dos empreendedores relataram queda no faturamento, sendo que, entre esses, 76% indicaram reduções de até 50%.

“A Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios desempenha papel importante ao abordar questões que impactam diretamente os negócios. Além de mapear os desafios enfrentados pelos empreendedores, fornece dados valiosos para o desenvolvimento de estratégias e soluções alinhadas às necessidades dos empresários. Os resultados desta edição, por exemplo, podem direcionar programas de apoio a outras iniciativas para o fortalecimento dos pequenos negócios, promovendo o crescimento econômico, a inovação e a resiliência em um mercado em constante transformação”, destaca Andreia Cristine Gratsch do Nascimento, da área de gestão estratégica e orçamentária do Sebrae RS e responsável pela Pesquisa.

Geração de empregos e controle de custos

No que diz respeito à geração de empregos, os números se mostraram relativamente estáveis: 65% dos empresários mantiveram o número de colaboradores, 22% reduziram a ocupação e 13% aumentaram seu quadro de funcionários.

Outro ponto relevante da pesquisa foi o controle de custos. Enquanto 44% dos empresários afirmaram acompanhar detalhadamente os impactos financeiros dos custos em seus negócios, 38% disseram ter apenas uma noção geral, sem um controle rigoroso. Ainda, 18% itiram não controlar seus custos operacionais. Esses custos representam de 30% a 50% do faturamento para 33% dos entrevistados, sendo que 22% conseguem manter essa despesa abaixo dos 30%, enquanto 13% enfrentam custos superiores a 70%.

A busca por financiamento também foi analisada. No último bimestre, 25% dos entrevistados procuraram crédito, obtendo em média R$ 106,8 mil por empresa. Os principais motivos para essa busca foram o pagamento de dívidas, aquisição de máquinas e equipamentos, reformas estruturais e compra de estoque ou matéria-prima. Entre os que não buscaram financiamento, 36% afirmaram que não precisaram e 22% utilizaram recursos próprios.

Otimismo dos empresários

Apesar dos desafios, o otimismo ainda prevalece entre os empreendedores gaúchos. A pesquisa revelou que 62% estão confiantes na melhoria do seu setor de atuação, enquanto 48% acreditam na recuperação da economia estadual. Além disso, metade dos empresários planeja expandir suas atividades nos próximos dois meses, enquanto 43% pretendem manter a operação atual.

A expectativa de aumento na geração de empregos foi apontada por 37% dos entrevistados, embora 42% prefiram manter a atual ocupação. Em relação ao financiamento, 30% pretendem buscar crédito no próximo bimestre para atender demandas como capital de giro, aquisição de equipamentos, reformas, pagamento de dívidas e investimentos em inovação e energias renováveis.

Com esse panorama, a pesquisa do Sebrae RS reforça a importância de estratégias sólidas para o fortalecimento dos pequenos negócios no estado, garantindo sua sustentabilidade e crescimento mesmo diante de desafios expressivos.