O que é sequestro de carbono
Sequestro de carbono é um processo de remoção de CO2, que ocorre principalmente em oceanos, florestas e outros organismos que, por meio de fotossíntese, capturando o carbono na forma de CO2 da atmosfera e devolvendo oxigênio (O2). Com a manutenção ou o incremento desses organismos, a captura e a estocagem de CO2 reduz a existência deste importante gases de efeito estufa - GEE na atmosfera. Consagrado pela Conferência de Quioto, em 1997, o conceito de sequestro de carbono possui a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera, visando à diminuição do efeito estufa. Vários processos naturais, assim como meios artificiais de captura e de sequestro do carbono, estão sendo estudados e desenvolvidos para auxiliar na mitigação do aquecimento global. Sob o ponto de vista do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL, o Brasil oferece as melhores condições físicas e naturais para atender aos seus requisitos, uma vez que possui elevada produtividade das suas florestas associada à vasta extensão de terra, disponibilidade de mão de obra, além de clima favorável, tecnologias de silvicultura e manejo florestal em alto nível de competitividade. Ainda que o mercado de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) apresente um cenário de indefinição, alguns projetos florestais já vêm sendo implementados no país, com vistas a vender créditos de carbono para os países industrializados.
Florestas e estocagem de carbono
As florestas apresentam grande potencial, para remoção de CO2 da atmosfera, em curto prazo. Com ciclo de vida longo, as árvores acumulam carbono na biomassa de folhas, flores, frutos, galhos, raízes e tronco, ao contrário das plantas de ciclo de vida curto, que rapidamente morrem e se decompõem (SEDJO; SOHNGEN, 2012).
O conceito de fixação ou sequestro de carbono em geral está relacionado ao armazenamento de reservas de carbono em solos, florestas e outros tipos de vegetação. Com o estabelecimento de novas plantações florestais, sistemas agroflorestais e recuperação de áreas degradadas, promove-se o incremento nas reservas de carbono. As florestas e as árvores trocam CO2 com o ambiente por meio de diversos processos bioquímicos como a fotossíntese, a respiração e a decomposição, além de emissões associadas a distúrbios como perda de folhas, ocorrência de incêndio e exploração florestal. As mudanças ocorridas nos estoques líquidos de carbono determinam se um ecossistema florestal pode ser considerado um sumidouro ou uma fonte de carbono atmosférico (SEDJO, 2001).
Uma floresta em fase inicial de crescimento, considerada jovem, que esteja crescendo de forma acelerada, sequestra maiores quantidades de carbono do que uma floresta madura ou em estágios mais avançados de crescimento. Por essa razão, a floresta madura atua como um reservatório de carbono, estocando-o, ainda que não seja evidenciado um crescimento líquido. Em contrapartida, uma floresta jovem sequestra mais carbono da atmosfera ao longo do tempo, ainda que estoque menos carbono do que uma floresta madura. Apesar de não capturar “novo carbono”, uma floresta madura continua a estocar grandes volumes de carbono na sua biomassa ao longo do tempo, apesar de em alguns casos poder vir a se tornar uma fonte de emissão de carbono, como quando ocorrem mortes ou outros eventos naturais (SEDJO, 2001; MIRBACH, 2003).
Uma forma bastante eficiente para proporcionar o sequestro de CO2 da atmosfera é o desenvolvimento de plantações florestais de rápido crescimento. Quanto mais rápido o crescimento de uma espécie, maior será a sua absorção de CO2.
No caso de florestas plantadas, ou plantações florestais, devido à grande produtividade nas regiões dos trópicos, o incremento em biomassa – tronco, galhos, folhas, raízes – quando comparada ao de uma floresta plantada em regiões temperadas, é muito maior, resultando em maior sequestro de carbono nestas regiões.
O Brasil apresenta ainda uma parcela significativa do seu território composto de florestas naturais, pertencentes a diversos biomas. Entre eles, a Mata Atlântica é a que possui o maior potencial de estabelecimento de projetos de recomposição de áreas degradadas e, assim, gerar créditos de carbono. Esse bioma foi um dos que sofreu maior grau de intervenção humana, sobretudo no que se refere ao desmatamento contribuindo para que o carbono estocado na biomassa florestal fosse emitido para a atmosfera.
Tanto o sequestro de carbono, quanto os serviços ambientais prestados pelas florestas, lhe conferem um valor ambiental e social, que hoje está sendo mensurado e revertido em renda aos proprietários rurais.
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