A seleção natural é um processo simples, resultado de três fenômenos comuns: hereditariedade, genética e sucesso reprodutivo. Estes fatores são diferentes entre as espécies. Em período de fome, secas extremas, invernos rigorosos, cerca de 30 a 40% das espécies animais que vivem no entorno de nossas casas morre. Em proporções similares, é o que ocorre com a espécie humana quando há períodos de grande fome ou epidemias, a exemplo da Peste Negra, que exterminou por volta de um terço da Europa entre os anos de 1348 e 1350.
A revolução industrial
A agricultura moderna possibilitou uma maior ingestão de calorias aos seres humanos, favorecendo o crescimento populacional, e, por consequência, diversos tipos de doenças infecciosas. Outro aliado do vertiginoso aumento da população foi a revolução industrial, que acelerou rapidamente as taxas de crescimento urbanas em poucas décadas.
O crescimento populacional
Há 10 mil anos éramos apenas alguns milhões de pessoas, entre 3 e 6 milhões talvez. Cerca de 2 mil anos atrás, época que remonta aos tempos bíblicos do nascimento de Jesus Cristo, já éramos em torno de 600 milhões de seres humanos. No início do século XXIX éramos 1 bilhão e, em apenas 200 anos, amos a mais de 7 bilhões. Projeções apontam que em 2050 seremos 9 bilhões de seres humanos.
Contágio em grandes centros
Este crescimento exponencial favorece a existência de povoações com alta densidade populacional. Viver em cidades maiores, mais densas, é socialmente estimulante e economicamente rentável, mas os riscos para a saúde se agravam e chegam a ser mortais. O maior risco nestes casos é o de contágio.
A relação doença e os hospedeiros
Os vírus, como o que hoje nos acomete, ganham vida invadindo os corpos de hospedeiros, alimentando-se de seus corpos e reproduzindo-se para então infectar outros hospedeiros humanos. A sobrevivência da doença está intimamente relacionada ao número de hospedeiros disponíveis para infecção e à taxa de sobrevivência destes hospedeiros. Em outras palavras, se os hospedeiros morrerem em altas taxas, o vírus também fica prejudicado em sua sobrevivência, pois depende de hospedeiros vivos para que possa se replicar.
Ambientes férteis para o vírus
As populações urbanas, organizadas em grandes cidades, tornam-se ambientes ideais para que doenças infecciosas prosperem, por esta razão são locais de risco para nós, hospedeiros humanos. De fato, as pandemias não poderiam existir quando densidades populacionais estão abaixo de uma pessoa por km², o que é menos que o necessário para que o vírus consiga se disseminar.
Densidade populacional em Erechim
O município de Erechim tem hoje uma população estimada em 106.000 habitantes, 94% vivendo em área urbana e 6% em área rural, tendo uma densidade populacional de 223 habitantes por km².
Os vírus e as constantes mutações
As gripes são um tipo de vírus em constante mutação, começa infectando aves, depois a a infectar mamíferos como porcos e cavalos e segue se desenvolvendo e se adaptando, chegando em alguns casos a tornarem-se especialmente infecciosas para nós seres humanos.
Milhões de cópias
Quando contraímos o vírus, temos uma resposta inflamatória nas células que recobrem o nariz, a garganta e os pulmões, levando-nos a tossir, espirrar, e desta forma espalhar milhões de cópias deste microorganismo entre nós mesmos. A maioria das linhagens de vírus gripais é branda, mas algumas se tornam letais, em geral quando provocam pneumonias ou infecções de outros órgãos do nosso organismo.
Tecnologia no rastreamento e tratamento de doenças
Apesar de muitas novas tecnologias que nos ajudam a evitar, rastrear e tratar doenças infecciosas, hoje as populações humanas são maiores e mais densas do que nunca, nos deixando cada vez mais vulneráveis a novas pandemias.