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Como não falar com ele! 1237a

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Jackson Arpini
Por Jackson Arpini
Foto Reprodução

Esse longínquo e interminável ano será, com asserção, o hiato temporal que ficará marcado na história da humanidade, de modo especial para as pessoas que vivenciaram o período pandêmico dos tempos recentes.

No final de 2019, na parte leste do Planeta, surgiu um inimigo invisível, que reiteradas  vezes, no decorrer de 2020, o chamei de temido, cruel e traiçoeiro, pelas suas façanhas maléficas que castigaram as pessoas, aqui, ali e acolá, e que deixaram o mundo em estado de perplexidade.

Por onde ou – e foi muito veloz no andar e no agir– deixou sequelas na saúde, economia e sociedade, que para muitos jamais serão esquecidas, para tantos outros, ficarão como um tempo de muita dor e, para alguns, como uma simples 'gripezinha'.

Tendo em vista a chegada do mês da espiritualidade decidi, como de praxe, escrever novamente ao velhinho. Dada a relevância do pedido resolvi, apesar da distância, entregar a escrita em mãos. Saí de Campo Pequeno rumo a Lapônia, na Filândia, país nórdico onde reside a séculos o senhor Papai Noel.

Atravessei o oceano Atlântico em direção a Europa. Por lá ei por França, Alemanha, Dinamarca e Suécia até chegar ao destino e vi muitas cidades fechadas (lockdown), poucas pessoas nas ruas e muitos usando máscaras de proteção individual.   

Após imensa peregrinação cheguei ao paraíso natalino. De imediato me deparei com Rudolph – a rena do nariz vermelho, que lidera o exército de cervídeos que acompanham o bondoso líder. 

Na terra considerada um verdadeiro cartão-postal visualizei uma gigantesca fábrica de brinquedos e montanhas de caixas de presentes e, ao lado, o imponente trenó. Como numa miragem, elfos mágicos lançaram uma névoa de pó de pirlimpimpim (aquele da Fada Sininho), tornando o encontro indescritível – por que não dizer encantador. 

Ao vê-lo, imediatamente percebi a sua beleza e benevolência. Rechonchudo, com sua vasta barba branca e olhar cansado, pelos anos de dedicação aos pequeninos, o secular, apoiado em sua bengala, veio a os lentos ao meu encontro. Um fraternal encontro.

- Seja bem-vindo a fábrica de fábulas, disse em voz rouca envolta em solidariedade.

- O que motivou o menino a vencer a nevasca para chegar aqui?

Fiquei perplexo. Eles (Papai Noel, duendes e elfos) estavam todos usando máscaras e seguindo os protocolos preconizados. Um exemplo!

- Escrevi uma cartinha e quero entregá-la.

- Venha, vamos entrar – retrucou ele, - a lareira está a e o calor brota dos corações. 

O chalé era exuberante em beleza e grandiosidade. Sentado numa esplendorosa poltrona vermelha, com duendes ao seu redor e mantendo o distanciamento social, o Papai Noel colocou seus tradicionais óculos redondos e começou a ler a carta.

“Querido Papai Noel. Escrevo humildemente em nome de todos os próximos que estão enfrentando a pandemia do novo coronavírus, que, infelizmente, assolou o Planeta. Peço que conforte a alma dos familiares que perderam seus entes queridos pelo temido; proteção e força aos profissionais de saúde, que estão na linha de frente acolhendo os pacientes acometidos pelo cruel; força e saúde para os doentes da Covid, para que se recuperem o mais rápido possível; luz para as pessoas que estão na escuridão, face ao nevrálgico período que estamos vivenciando. Peço, igualmente, que as pessoas encontrem no cotidiano, fruto da parada obrigatória que o voraz impôs, mais solidariedade, fraternidade e espiritualidade e que o momento dramático permita que a sociedade repense seu comportamento social, no qual deve prevalecer, muitas vezes, o coletivo em detrimento do individual. Gostaria que cada semelhante recebesse um presente especial de Natal e carrego o sonho que cada caixa de presente esteja repleta de bençãos de muita saúde e paz.” 

Quando ele concluiu a leitura, exclamei.

- Papai Noel, não esqueça do principal pedido. - Que a vacina surja em 2021, imunizando todos os povos e livrando a humanidade do temido coronavírus.

Após o encontro ímpar e inesquecível me despedi sem abraços, porque o momento não permite, mas sim, com um caloroso toque de mãos (não aperto e, sim, simples toque), o que simbolicamente traduz mais que muitos abraços, em virtude do período e do exemplo. 

Ainda enfeitiçado pelo convívio, mas radiante por ter ficado novamente frente a frente com o velhinho, joguei a mochila nas costas e iniciei a peregrinação de retorno,  confiante que a magnanimidade do nobre atenderá o pedido.

Feliz Natal!!!

Abraços, Jackson.

      

    

 

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