A data 21 de maio é dedicada a homenagear a língua nacional, que é aquela que se fala numa nação. No Brasil, a língua nacional é a Língua Portuguesa. O professor que leciona a disciplina para as 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio do Colégio Franciscano São José, Diego Gasparin, observa que quando se fala em língua é necessário conceituá-la. “Existe a língua, que é a modalidade que utilizamos para nos comunicar, e dentro dela há a norma padrão culta e a linguagem coloquial. O compromisso é promover o conhecimento da norma padrão culta ao estudante, que tem de saber utilizá-la quando necessário, da mesma forma que a linguagem coloquial, que é tão importante quanto”, explica.
Segundo ele, é fundamental, também, combater o preconceito linguístico. “Há estudantes que pela sua formação falam 'caro' ao invés de 'carro' e nem por isso deixam de aprender ou escrever maravilhosamente bem, mas mais tarde quando sofrerem preconceito vão condicionar e adaptar seu vocabulário.
Todavia existem os puristas que acreditam que a única forma de se comunicar escrita ou oralmente é pela norma padrão culta, o que não é verdade”, assinala. Para Gasparin, o objetivo do ensino da Língua Portuguesa é formar um leitor autônomo, crítico e capacitado, habilidades e competências que demandam conhecimento da norma padrão culta, que é ensinada em sala de aula. “A nossa língua tem erros gravíssimos. Ela é difícil porque é nova e cheia de exceção, e uma língua evoluída é simplificada, o que não propôs a reforma, que, ao meu ver, mais atrapalhou do que ajudou”, justifica, citando o que já era uma regra de exceção. “Os ditongos abertos que são paroxítonas perderam o acento. Ou seja, é uma exceção dentro de uma exceção e isso para a alfabetização é péssimo. Temos muito que evoluir e isso a pelo tempo e pela quebra de preconceitos”, opina, fazendo referência à reforma fonológica, que está em trâmite no Senado e propõe que o som de 'z' seja escrito com 'z', inclusive as palavras Brasil e casa. “Num primeiro momento isso parece péssimo, mas para quem está sendo alfabetizado, facilita muito”, avalia.
O educador chama atenção, ainda, para o que é importante discutir na semana da língua nacional. “Precisamos debater que língua temos hoje e para que serviu essa reforma, que teve objetivos políticos e financeiros, mas não linguísticos. Definitivamente, a reforma, que começou em 1990, que o Brasil resgatou em 2007 e que foi feita em 2009, foi uma 'unha', um barulho alto para nada, porque para quem sabia como era a norma padrão antes dela, é uma situação; e para quem não sabia, é outra. Pronome relativo, regência, crase e pontuação, por exemplo, não mudaram. E para explicar isso a quem não sabia como era antes, é necessário fazer o caminho inverso”, comenta.
Para o professor, a língua escrita está muito distante da linguagem falada. “O escritor Juremir Machado já disse que a língua é uma questão de convenção, mas ela é de uso e não de princípios. O correto é relativo, e negar a linguagem das redes sociais, por exemplo, é ver ela e dizer que não existe”, afirma, defendendo o estudo, o entendimento, o direcionamento e onde utilizá-la. “Bom fala