Pesquisa nacional aponta que 17,2% dos consumidores ficaram inadimplentes após o Natal de 2014
As dívidas assumidas com os presentes de Natal no ano ado levaram 17,2% dos consumidores brasileiros a tere
o nome incluído em cadastros de proteção ao crédito. O percentual de clientes que ficaram inadimplentes é ainda maior entre as pessoas das classes C, D e E (21,7%). Os dados são de uma pesquisa nacional realizada em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Em Erechim, a campanha Liquida Contas, que termina hoje (10), tem gerado bons resultados de acordo com a lojista e vice presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Erechim, Lindanir Canelo.
A empresária salienta a importância da campanha da CDL. “Estamos muito contentes com a grande procura de clientes inadimplentes querendo negociar as contas e limpar o nome.
O Natal é uma data especial, na qual as pessoas querem presentear seus familiares, cônjuges, amigos e colegas e não podem ter o nome negativado no cadastro de proteção ao crédito”.
A pesquisa nacional ainda aponta que a falta de controle dos consumidores com os gastos natalinos é motivada pelo impulso na hora da compra. Mais 56% dos que entraram na lista de inadimplentes não sabem ao certo o valor das dívidas que os colocaram nesta situação.
Segundo a economista Rubiele Tartas, isso ocorre, pois, as festas em geral são motivos de euforia. “Receber os amigos, familiares e sair da rotina do dia-a-dia nos proporcionam bons momentos.
Entretanto, a empolgação durante a preparação do evento pode levar o consumidor a gastar além do que o orçamento permite, seja por impulso, por querer impressionar ou mesmo por gastos desnecessários”. Porém é nas festas de Fim de Ano que esses gastos acabam sendo maiores ainda. “O mês de dezembro é, geralmente, quando ocorrem as confraternizações do trabalho, o amigo secreto e a decoração da casa para o Natal.
Esses gastos são além dos habituais que compõe o orçamento mensal e, nem sempre, o 13º salário está reservado
para essas despesas. Somado a isso, ainda se têm o dispêndio com a ceia de Natal, presentes e festas de Réveillon.
Recusar o convite de participar do amigo secreto ou deixar de ir a confraternização não são tarefas agradáveis, por isso, um bom planejamento de como e quanto dinheiro gastar durante este período é tão importante”, reforça.
Inadimplência na crise econômica
Sobre os índices de inadimplencia,consequência das compras do Natal ado, Rubiele explica que em 2014 os consumidores não tinham noção de como estaria a situação em 2015. “Quando aquelas dívidas foram adquiridas, os consumidores ainda não tinham noção do cenário econômico que estava por vir no ano seguinte, por ser ano eleitoral, muita coisa não estava sendo divulgada, então a expectativa para o próximo ano não era tão desanimadora”.
Segundo ela, “com a desaceleração econômica, os consumidores se deparam com um ano novo onde teriam um orçamento mais apertado e ainda tinham que encaixar as dívidas que foram adquiridas no ano anterior. Isso tudo levou ao aumento da inadimplência. No ano seguinte, o consumidor precisou priorizar contas, como IPVA, IPTU e material escolar e assim, as dívidas assumidas com presentes de Natal acabaram ficando por último”, ressalta.
Brasileiro prefere parcelar
Parcelar as compras natalinas é um velho hábito do consumidor brasileiro. Mais da metade (52,4%) dos entrevistados tem o costume de dividir as compras dos presentes de Natal em várias prestações, sendo que a maior parte (35,7%) o faz para ter condições de presentear a todos que deseja. Segundo o levantamento, para o Natal deste ano, a média é de cinco prestações. Isso significa que quem comprar os presentes neste mês dezembro, só terminará de pagar a última parcela na época do Dia das Mães, em maio do ano que vem.