O município de Centenário tem hoje cerca de 3026 habitantes e 2450 eleitores, 95% da renda vem da agricultura e não tem indústrias, e é um dos municípios do Alto Uruguai sem o asfáltico, situação essa que prejudica o seu desenvolvimento econômico e social.
Segundo o prefeito de Centenário, Hilário José Kolassa, os recursos dos municípios diminuíram muito, no geral. “O governo do Estado não está reando os recursos da saúde e o governo federal também diminuiu os rees. Os prefeitos estão tendo dificuldades para istrar as prefeituras”, diz.
Mesmo assim, diz o prefeito, Centenário fez investimentos na área da saúde, educação, em todas as secretarias. “Até o momento, agora vamos ter que tomar providências, reduzir investimentos e gastos, sem comprometer o atendimento na saúde e educação”, afirma.
Kolassa lembra que os recursos da saúde que estavam empenhados pelo Estado do Rio Grande do Sul foram parcelados em 36 vezes. “No entanto, só pagaram uma parcela e pararam, e o que não estava empenhado não está vindo. O município tem uns R$ 300 mil para receber do governo do estado na saúde. O que é muito dinheiro para o município. Essa diferença o município tem que tirar de algum lugar para não comprometer esse serviço”, afirma. O gestor enfatiza que apesar das dificuldades e falta de recursos, o município ainda está atendendo a população. “Mas, hoje, está difícil istrar o município”, diz.
Ele cita outro exemplo, o governo federal envia R$ 6 mil para ser aplicado em programas sociais do CRAS para atender idosos, adolescentes e crianças. No entanto, o município tem que investir R$ 64 mil por mês para que os programas funcionem e sejam efetivos. “O município investe na população”, observa.
Com todas as limitações de orçamento, o município está recuperando todas as estradas, comprando novas máquinas e, recentemente, construiu uma ponte na divisa com Floriano Peixoto.
O prefeito ressalta que os valores que os governos federal e estadual deixaram de rear ao município estão fazendo falta. “Daqui para frente vamos ter que cortar investimentos para conseguir fechar as contas no fim do ano, e ver bem em que áreas, para não atingir muito a população”, afirma.
Segundo Kolassa, a cobrança em cima das istrações públicas municipais é muito grande, e o prefeito não pode deixar dívidas para o outro ano, tem que fechar as contas, senão vai responder judicialmente por isso. “Já os governos estadual e federal ficam devendo e não acontece nada”, afirma. Além disso, quando a população está insatisfeita vai reclamar no gabinete do prefeito e não em Porto Alegre ou Brasília.
“Se continuar assim vejo com muita preocupação a situação dos municípios com corte de serviços à população. Não vai ter outro jeito, faltam recursos para atender as demandas”, comenta.
Conforme Kolassa, o Alto Uruguai é uma região produtiva, tem muita diversidade na produção agrícola, aves, suínos, citricultura, soja e milho. “A região tem tudo para se desenvolver, mas precisa de logística, os asfálticos. A partir daí os municípios conseguem se desenvolver mais. Precisamos de investimentos em infraestrutura, depois as coisas andam”, diz.
Por outro lado, observa o prefeito, se os municípios recebem mais recursos seria um importante ponto de partida para o desenvolvimento e também melhorar a qualidade de vida da população, porque se faria mais obras, calçamentos, praças. “Hoje, temos que buscar recursos de emendas para conseguir investir. E se não mudar essa situação vai ser muito difícil istrar o município”, afirma.