O projeto de construção e operação de 30 Centrais de Geração Hidrelétrica de pequeno porte, com investimento de R$ 350 milhões e geração de 840 empregos diretos e mais 400 de forma indireta, foi apresentado nesta quarta-feira (6), durante reunião na Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, com a presença dos secretários Fábio Branco e Lucas Redecker, de Minas e Energia.
Elaborado por um consórcio liderado pela empresa Construnível, que tem sede em Xanxerê, Santa Catarina, o projeto conta, ainda, com a participação das empresas Queluz, Highei e Imojel, que atuarão em parcelas específicas das obras.
Segundo dados técnicos apresentados pela empresa, será utilizada tecnologia 100% nacional. Como característica principal está o fato de não ser necessário a construção de grandes barragens, o que significa baixo impacto ambiental. Em cada unidade, haverá a recuperação de áreas de proteção permanente (APPs) e a regularização do regime hidrológico.
O empreendedor, Cleber Antônio Leite, adiantou ainda que, em cada unidade, depois de autorizada a geração de energia, haverá um “zelador”, morador da localidade, que continuará com sua atividade de produção agrícola ou leiteira, e que será contratado pela usina recebendo salário mensal.
O projeto financeiro do conjunto de obras está sendo elaborado pela empresa Queluz, que ficará encarregada da gestão dos projetos, uma vez que cada CGH observará cronograma individualizado de construção.
Inovação e baixo impacto ambiental
Para o secretário Lucas Redecker, o projeto é positivo por se tratar de um sistema em que não ocorre o barramento de rio durante as obras, fato que reduz o impacto ambiental. Após assinalar que o Rio Grande do Sul, em suas diferentes bacias hidrográficas, tem elevado potencial para projetos de geração de energia entre 3MW a 6MW, como o projetado pela Construnível, Redecker destacou a inovação que o sistema representa. Ressaltou que é indispensável atrair e apoiar os investidores que elegem o Rio Grande do Sul para empreender.
O secretário Fábio Branco lembrou a orientação do governador Sartori de responder com presteza sobre a viabilidade ou não de cada projeto e ressaltou o conceito inovador de gerar energia com baixo impacto ambiental. Lembrou que o prazo para liberação do licenciamento ambiental para projetos baixou de três anos para 240 dias, "uma evidência do Rio Grande que dá certo”.
Branco apontou que o Departamento de Promoção do Investimento Nacional da Secretaria, responsável pela Sala do Investidor, fará o acompanhamento das reivindicações da empresa, inclusive junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se for o caso. Fábio Branco ainda disse que deverá ser estabelecimento um protocolo de intenções entre o Estado e a empresa, com a definição do cronograma de obras.
Na reunião, que contou com a presença do diretor da Fepam, também foram avaliados temas como tratamento tributário e linhas de financiamentos operadas pelo BRDE, Badesul e Banrisul, que integram o Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul.