A infância de Sandra Maria Mariga Bordini foi vivida sob forte influência da cultura italiana, no interior de Erechim, berço de toda a família. Sem o facilitado a eventos sociais, boa literatura ou coisas do tipo, Sandra, nem por isso, deixou de aproveitar de forma intensa as oportunidades que surgiram.
Estimulada pelos pais, ainda jovem iniciou sua atuação profissional no setor istrativo do Hospital Santa Terezinha de Erechim, quando, paralelamente, cursou Pedagogia, na URI.
Com o tempo, viveu um dilema: aplicar a teoria da graduação (licenciatura) aos processos istrativos do Hospital. Depois de muito pensar, finalmente entendeu que isso só seria possível se criasse novas estratégias e inovasse.
Pedagogia da Humanização
Desta forma, deu início a um trabalho de recreação voluntário no Santa – ficando mais próxima das pessoas, com quem aplicou a ‘Pedagogia da Humanização’. Em seguida, enveredou para aspectos relacionados à ‘Pedagogia Hospitalar’ - realizando trabalho junto a estudantes de doutorado no Rio de Janeiro.
Formou-se e foi reconhecida pela istração do Hospital, desenvolvendo trabalho de humanização com equipes multidisciplinares. A experiência permitiu que se aproximasse, também, do Sesc, com quem rapidamente se identificou em razão dos ideais que ela, Sandra, e o Sistema Social do Comércio têm em comum.
Resultado: foi convidada a assumir a gerência do Sesc Erechim, cargo que ocupa há 18 anos. No começo, porém, confessa ter enfrentado (e vencido) batalhas internas e externas pelo simples fato de ser mulher.
Evolução bem-vinda
“Lembro-me perfeitamente de uma reunião da qual participei com lideranças sobre planejamento estratégico de Erechim. Tive a oportunidade de manifestar-me e, enquanto falava, entendi o quanto era difícil para aquele grupo aceitar uma mulher como líder”, recorda.
Segundo ela, porém, o cenário, em 2019, mudou. ‘Evoluímos muito’, diz para emendar: “Além de dividirmos as atribuições no mercado de trabalho, ainda somos respeitadas pelas nossas ideias, ações e sensibilidade. Entendo que as mulheres, independentemente do cargo que ocupam, estão cada vez mais empoderadas. O grande desafio é conciliar o tempo que o trabalho exige e a necessidade de ser a rainha do lar”, completa a orgulhosa mãe dos gêmeos Laura e Vicenzo – com quem adora dividir o tempo de lazer, ao lado do marido Marcos Bordini.
Dizendo-se feliz e realizada por trabalhar “em uma entidade que contribui para a transformação de pessoas”. Sandra vê com bons olhos a evolução dos tempos que deve trazer mais equilíbrio nas relações, a partir do respeito às diferentes crenças e valores, com respeito aos direitos e deveres, sem jamais esquecer do ser humano.