Segundo levantamento do SPC e CNDL, 88% dos empresários não contrataram e nem pretendem contratar funcionários temporários para a época
As vagas temporárias de fim de ano representam esperança para muitas pessoas. É o caso da vendedora Luana Martins da Silva, que foi chamada na temporada de 2012 para trabalhar 15 dias na empresa. Decorrente do seu bom desempenho, logo foi chamada para cobrir o laudo de outra funcionária e, em 2013, foi efetivada. Porém, essa não é a realidade da maioria das contratações temporárias e, conforme pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), neste ano, nove em cada dez (88%) empresários não contrataram nem pretendem contratar funcionários para reforçar o quadro das empresas nessa época. Apenas 7% afirmaram que não contrataram, mas ainda o farão.
Entre os empresários que não pretendem contratar, quase metade afirmou que sua equipe de trabalho será suficiente, eliminando a necessidade de mais funcionários: 49% alegam que estão satisfeitos com a equipe e que ela consegue atender o volume de clientes; outros 11% afirmam estarem inseguros de- vido a um histórico de vendas retraídas esse ano, inclusive em datas comemorativas.
Em Erechim o quadro de contratações deve ser parecido com o do restante do país. A gerente de uma loja de confecções, Juceli Sfredo ainda não sabe se contratará funcionários para reforçar a equipe no final do ano. “Geralmente contratávamos cinco funcionários mas, esse ano, em virtude do cenário econômico e das baixas vendas, há incerteza. Se contratarmos, será a metade dos outros anos”, explica.
Já a loja em que a gerente Cleusa Dutra trabalha irá contratar 10 pessoas a temporada de fim de ano. “Iremos contratar na mesma média do ano a- do. Apesar da crise, precisamos trabalhar dentro do cronograma e contratar mais pessoas para suprir a carga horária do período dentro da legalidade”. As vagas serão para venda, caixa, fiscal e repositor.
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a conjuntura econômica atual pode estar deixando os empresários com pé atrás na hora de gastar com novas contratações. “Em sua maioria, os empresários brasileiros dos setores de comércio varejista e serviços estão pessimistas com relação à economia do país e isso produz impactos diretos na expectativa deles para o final do ano”, afirma Pinheiro. “O empresariado imagina que os resultados do Natal, a principal data comemorativa em número de vendas e faturamento, serão ruins, o que os impede de investir em infraestrutura e, principalmente, desestimula a contratação de mão de obra.” O SPC Brasil e a CNDL estimam que apenas 24.427 vagas temporárias serão criadas no fim de 2015. Em setembro de 2015, foram ouvidos 1.168 empresários e gestores responsáveis pela contratação de mão de obra de empresas de serviços e comércio varejista localizadas nas capitais e interior do país. A margem de erro é de 3,0 p.p. e o intervalo de confiança de 95%.