Mais que perfeito? 4a106r
Qualquer estudo da gramática inclui o tempo verbal pretérito mais-que-perfeito, uma ação ada que ocorre antes de outra ação ada. Uso coloquial da expressão “mais que perfeito” serve, também, para enfatizar a perfeição de algo, uma forma de hipérbole. Não pretendo fazer discurso entediante sobre tempos verbais, nem sobre diferenças entre linguagem popular e formal. Simplesmente quero pegar emprestado o termo “mais que perfeito” para alertar sobre dois perigos espirituais.
Mais perfeito do que Jesus? Jesus Cristo assumiu a forma humana para revelar a perfeição divina em carne. Paulo alertou: “Tenham cuidado para que ninguém venha a enredá-los com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:8-9). O plano eterno de Deus para a redenção dos pecadores culminou em Jesus (Efésios 1:9-10).
Deus havia enviado vários mensageiros – Moisés e outros profetas e até anjos – mas Jesus é superior a todos eles: “Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também fez o universo” (Hebreus 1:1-2).
O próprio Jesus disse que viriam outros afirmando ser o Cristo (Mateus 24:5). Alguns até ousam afirmar serem superiores a Jesus, sugerindo que veio depois dele outro profeta superior. Ainda aparecem com frequência pessoas afirmando ser a nova encarnação do Messias. O Perfeito já veio. Não houve e não haverá outra pessoa “mais que perfeito”.
Mais perfeito do que a Nova Aliança? Jesus é superior, e o Testamento que ele trouxe é superior (Hebreus 8:6-13). Essa mensagem é identificada como a revelação final de Deus aos humanos, a fé entregue uma vez por todas (Judas 3). Pedro disse: “Pelo poder de Deus nos foram concedidas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2 Pedro 1:3). Qualquer suposta revelação posterior – seja de Maomé, Joseph Smith, a igreja romana ou qualquer pastor evangélico que alega ouvir a voz de Deus – deve ser rejeitada (Gálatas 1:8-9). Uma vez que recebemos a Nova Aliança, não devemos esperar nem aceitar outra revelação.
Mais que perfeito? Talvez na gramática, mas não na obra redentora de Deus!