Ouvimos o nome de Deus com muita frequência. Expressões como “Vai com Deus”, “Se Deus quiser” e “Graças a Deus” fazem parte do cotidiano da maioria dos brasileiros. Eu gosto desse fato, porém fico preocupado com o perigo da insinceridade. Falamos de Deus e da sua soberania com sinceridade, ou apenas “da boca para fora”?

Exemplos bíblicos apresentam grandes desafios. A fé de Abraão recebe destaque porque ele esperou décadas pela primeira etapa de cumprimento de grandes promessas (registradas em Gênesis 12:1-3) e morreu sem ver nenhuma delas cumprida. Daniel se mostrou confiante quando foi jogado aos leões. Décadas antes, seus amigos mostraram a mesma confiança quando foram lançados em uma fornalha. Pedro dormiu na prisão sob ameaça de morte. Paulo e Silas cantavam louvores em outra prisão. Estêvão orou ao Senhor quando golpeado por pedras.

Davi, o segundo rei de Israel, errou várias vezes tentando resolver problemas com seus próprios recursos, mas ele aprendeu e se arrependeu, sempre buscando a comunhão com o Senhor. Um dos Salmos de Davi enfatiza sua confiança em Deus com o refrão:

“Somente em Deus a minha alma espera silenciosa; dele vem a minha salvação.

Só ele é a minha rocha, a minha salvação e o meu alto refúgio; não serei muito abalado” (Salmo 62:1-2, 5-6).

Nesse Salmo, Davi fala de mentiras e maldições proferidas com intenção de derrubá-lo, mas ele se mantém firme na sua confiança em Deus.

Em contraste com Deus, ele fala dos seres humanos, tanto pessoas comuns como as poderosas, e diz que todas elas juntas “são mais leves do que a vaidade” (62:9).

É muito fácil ceder à intimidação humana e à tentação de recorrer a táticas humanas para se proteger. Davi até fez exatamente isso em momentos de fraqueza. Sua própria força e inteligência, porém, nunca resolveram seus problemas. Davi aprendeu a importância da confiança em Deus e concluiu que “o poder pertence a Deus” (62:11).

Táticas carnais nunca são respostas adequadas à maldade dos outros. Paulo, talvez o homem mais perseguido da história bíblica, alertou sobre o perigo de confiar em tais defesas: “Porque, embora andemos na carne, não lutamos segundo a carne. Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Coríntios 10:3-4).

Davi tropeçou muitas vezes, mas aprendeu a confiar em Deus. Precisamos aprender as mesmas lições e desenvolver a mesma fé!